Além dos Sonhos

Roman; Duarte, Rafael
VALENTINA

54,90

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A mochila do Roman Romancini está quase sempre pronta para a próxima investida. Além de ótimos equipamentos, o otimismo sempre foi uma das principais ferramentas para seguir em frente. A vontade de ir além dos sonhos é tão grande que, às vezes, parec e beirar a arrogância, mas é o jeitão dele mesmo, sempre positivo e dono de uma vontade contagiante. Não fosse isso, talvez o Roman nem estivesse mais aqui. Ficamos amigos durante a escalada do monte Aconcágua, no inverno de 2004. É lógico que o Rom an era o mais eufórico da expedição. Eu fiquei pelo caminho, mas me lembro bem da imagem do Roman, emocionado e falante no topo das Américas, com os cílios congelados. Também estivemos juntos no Denali (monte McKinley, Alasca). A montanha mais alta da América do Norte. Dessa vez tive um pouco mais de sorte. Cheguei ao topo, e o Roman ficou a vinte metros do cume. Quase saiu voando de tão forte que era a tempestade. Contudo, os ventos não foram muito favoráveis para o meu amigo nos anos seguint es, no que diz respeito ao lado esportivo. Foi atropelado quando pedalava na Floresta da Tijuca, colocou uma placa de titânio no fêmur, teve trombose durante a recuperação e, para completar o ciclo, câncer na tireoide. Pegou um médico pelo colarinho quando ouviu que não iria mais poder escalar. Ele queria o Everest, o topo do mundo, e ninguém seria capaz de impedi-lo. Provou que estava de volta quando corremos juntos na Patagônia. Cem quilômetros de parceria e amizade. Depois disso, eu não tinh a mais dúvidas, o Everest era só uma questão de tempo. Esse é o Roman, enxerga luz nos momentos mais sombrios. O mundo dele é diferente, vibrante e imponente. Transforma um momento simples numa história fabulosa. Suas asas são enormes, desenvolveu o dom de voar para lugares que as pessoas normais talvez tenham dificuldade de enxergar e compreender.